Sexta da Integração – TCE recebe Instituto Evandro Chagas

A 14ª edição da Sexta da Integração trouxe como convidado ao TCE o presidente do Instituto Evandro Chagas, Pedro Fernando Vasconcelos, que falou sobre a atuação do órgão no âmbito do estado do Pará. Antes, ele discorreu brevemente sobre a história do instituto.

O Instituto Evandro Chagas - IEC teve sua origem na década de 30 quando o Dr. Henrique Penna, da Fundação Rockfeller no Rio de Janeiro, apontou a existência de casos de leishmaniose visceral. Como essa patologia se constituía em uma grave doença em vários países e até então não havia sido detectada no Brasil, o Instituto Oswaldo Cruz, na época chefiado pelo cientista Carlos Chagas, organizou a Comissão de Estudos de Leishmaniose Visceral Americana, sob a coordenação do Dr. Evandro Chagas.

A Comissão chegou ao Pará em 1936 e instalou-se no município de Abaetetuba. À frente das pesquisas, Evandro Chagas logo descobriu que a Amazônia era um campo fértil para pesquisas nas áreas médica e científica. Foi então que sugeriu ao governador da época, José Carneiro da Gama Malcher, que instalasse um instituto de pesquisa destinado a ampliar os estudos sobre as doenças regionais. Em 1936 nasceu o Instituto de Patologia Experimental do Norte, que em 1940 se transformou em Instituto Evandro Chagas, em homenagem ao brilhante cientista, morto nesse ano em um acidente aéreo.

Pedro Vasconcelos enfatizou que o IEC desde então se consolidou como uma instituição reconhecida nacional e internacionalmente voltada para as atividades de pesquisa básica, avançada e de vigilância sanitária sobre bactérias, vírus e parasitas que causam doenças principalmente na população carente, cujas características marcantes são, dentre outras, a baixa escolaridade e o saneamento básico deficiente.

Dentre as principais conquistas do IEC nos últimos anos, Vasconcelos enfatizou a parceria com institutos de pesquisa americanos mediante a qual está finalizando a produção de uma vacina contra o vírus da Zika. Os últimos estudos envolvendo macacos e ratos como cobaias estão em fase final, e brevemente a vacina será disponibilizada para o uso humano.

Alías, ressaltou o presidente do IEC, o instituto foi o primeiro órgão de pesquisa no mundo a estabelecer a relação entre o vírus da Zika e os casos de microcefalia, constituindo-se em uma descoberta científica fundamental para conter esses casos. Por isso, observou Vasconcelos, o órgão é a única instituição brasileira no Comitê de Emergência para a Zika – Microcefalia da OMS.

Vasconcelos observou também que o instituto é o único na América do Sul que possui um laboratório com nível de biossegurança NB3, ou seja, capaz de pesquisar organismos com a mais alta possibilidade de contágio, como o vírus Ebola, sem nenhum risco de contagio aos pesquisadores.

Na parte final de sua palestra, Pedro Vasconcelos reiterou as perspectivas do IEC em entregar tanto a vacina contra a Zika quanto a que previne a Leishmaniose Visceral Canina, evitando, nesse último caso, que cachorros contaminem as pessoas, cumprindo a missão do órgão que é “desenvolver ações voltadas à saúde pública”, finalizou.

O conselheiro Luis Cunha agradeceu a presença do Instituto Evandro Chagas na Sexta da Integração, afirmando que “o órgão é excelente porque nele existem pessoas que atuam com extrema competência e qualidade naquilo que somente elas podem e sabem fazer”, pontuou.

 

Instituto Evandro Chagas recebe a medalha Serzedello Corrêa

Após o encerramento da Sexta da Integração, o Instituto Evandro Chagas foi agraciado com a outorga da medalha Serzedello Corrêa, classe “A”, a mais alta comenda do Tribunal de Contas do Estado do Pará. Os autores da proposta foram os conselheiros Nelson Chaves e Cipriano Sabino, em reconhecimento aos relevantes serviços prestados pelo órgão ao Estado do Pará e sua população em todos esses anos de pesquisa. O diretor do IEC, Pedro Fernando Vasconcelos, recebeu a medalha em nome da instituição.

O conselheiro Nelson Chaves, idealizador da Sexta da Integração e coautor da homenagem ao IEC, observou que a entrega da mais alta comenda do TCE é um reconhecimento, causado pela admiração e respeito, “à excelência do instituto naquilo que faz em favor do bem estar da sociedade local, nacional e mundial”. 

O diretor do IEC agradeceu o reconhecimento do trabalho do órgão que dirige, falando em nome dos 700 servidores da instituição, ressaltando que a outorga “é uma honra à memória de Evandro Chagas, cuja missão na vida era fazer pesquisa em prol da saúde pública, fato que está impresso para sempre na razão de existir do instituto”, finalizou.

Prestigiaram a Sexta da Integração e a outorga da medalha Serzedello Corrêa ao IEC os conselheiros Luis Cunha, Nelson Chaves, Cipriano Sabino, Odilon Teixeira, Lourdes Lima, Rosa Egídia, os conselheiros substitutos Milene Cunha, Edvaldo Souza, Daniel Mello, o procurador geral do MPC Filipe Rosa Cruz, o chefe da Casa Civil, José Megale, além de dezenas de servidores do TCE.